Nascido em 23 de maio de 1927, o poeta Carlos de Assumpção é considerado um dos decanos da literatura afro-brasileira. Natural de Tietê/SP, Carlos formou-se em Direito e Letras e foi colaborador da Revista Literária Veredas, do Suplemento Cultural Arte Agora e do Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado.
É membro da Academia Francana de Letras, de Franca/SP, cidade onde obteve a formação universitária. Participou intensamente da cena cultural paulistana, usando seus versos para denunciar a discriminação que a população negra sofre. Em 1958, aos 31 anos, recebeu o título de Personalidade Negra, no 70º aniversário da Abolição, conferido pela Associação Cultural do Negro, em São Paulo. Em 1982, recebeu novo título, desta vez o de Personalidade do Ano, em Franca/São Paulo, e foi também homenageado com a Placa de Prata da VII Semana Cornélio Pires, em Tietê/São Paulo, em 1996.
Sua poesia é precursora do slam contemporâneo e constrói um elo entre a ancestralidade africana e as formas modernas de expressão. Seu poema “Protesto”, premiado em diversos certames de Poesia Falada, e aclamado como hino por diversas gerações, marcou época e simbolizou a ascensão e as reivindicações da intelectualidade negra brasileira, tornando-se referência obrigatória em diversas antologias, com traduções para o inglês, francês e alemão.