Estudo aponta que negros são apenas 20,10% dos jornalistas brasileiros

O estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, foi apresentado nessa quarta-feira (17/11), às 19h, em evento online, no X Seminário Internacional Diálogos Antirracistas, parte da programação da Semana da Consciência 2021 da Universidade Zumbi dos Palmares.

Se não havia dúvida da branquitude da imprensa brasileira, a certeza agora tem números: apenas 20,10% dos jornalistas do País declaram-se pretos e pardos (negros), número quase dois terços menor do que a efetiva representação da população negra do Brasil, que é de 56,20%, segundo projeções da PNAD/IBGE 2019. Já os que se autodeclaram brancos são 77,60%, com 2,10% de amarelos e 0,20% de indígenas. Os números também mostram que as mulheres, que são 51,80% da população brasileira, segundo a mesma PNAD/IBGE, encolhem para 36,60% no jornalismo, bem abaixo dos 63% de homens − 0,40% não se reconhecem em nenhum dos dois gêneros.

Sob a liderança de J&Cia e do Portal dos Jornalistas, com concepção e coordenação técnica do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas e apoio logístico do I’MAX no contato com os jornalistas, o estudo dividiu-se em três fases e ouviu, via telefone ou questionário de autorresposta, 1.952 profissionais de todo o País, entre os dias 16 de setembro e 31 de outubro de 2021. A análise dos resultados gerais dessas três fases permite uma afirmação inicial bastante contundente: as redações jornalísticas brasileiras são mais brancas e masculinas do que a população brasileira e o racismo está presente na vida de praticamente todos os profissionais negros durante a sua trajetória profissional.

 

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