O Hackathon da Fiesp e Zumbi dos Palmares promete

Como será o evento tecnológico do ano nos dias 28 e 29 de outubro? A depender do workshop de abertura, sensacional

Com grande entusiasmo os participantes do evento tecnológico do ano: Hackathon da Federação das Indústrias de São Paulo e Universidade Zumbi dos Palmares, estiveram na sede da Fiesp, situada na Avenida Paulista, na sexta-feira passada dia 20/10. A entidade proporcionou três mesas de debates. Na primeira, houve a apresentação do evento que terá início no sábado 28. Pierre Ziade, diretor da Fiesp, enfatizou que, como o Hackathon é direcionado a alcançar soluções digitais para desconstruindo o racismo em ambientes tecnológicos. “A Fiesp é precursora de Hackathon no País e tem o prazer de tratar de temas complexos como esse”, afirmou ele ao saldar os participantes. José Vicente, reitor da Zumbi, participou da mesma mesa e iniciou a sua palestra com o tradicional “Boa noite Zumbi dos Palmares”, o qual foi respondido em alto e bom som. Ele fez questão de lembrar que a parceria entre a Fiesp e Zumbi dos Palmares se dará também em outras áreas. “Esse Hackathon histórico e fundamental para o futuro da sociedade. Mas vamos ampliar a nossa parceria em diversas áreas. Por exemplo, nos dias 16 e 17 teremos aqui na Fiesp o Fórum Internacional Empresarial pela Igualdade Racial”, pontuou José Vicente.

 

Na segunda rodada de debates os integrantes da mesa foram Viviane Elias Moreira, professora de ESG Ibmec/Exame Academy, Claudionor Alves, diretor de equidade racial e relações institucionais do Carrefour Brasil e Melissa de Sena França, especialista em inovação exponencial pela Singularity University. Viviane e Melissa, responderam sobre questões técnicas de tecnologia e inspiraram os presentes com os seus históricos profissionais. Claudionor, para além de falar a respeito de sua carreira no universo da segurança corporativa, explicou como foi chegar ao Carrefour em um momento em que o Brasil discutia a morte de João Alberto Silveira Freitas, o Beto Freitas, que faleceu após ser agredido por agentes de segurança da empresa francesa. “A temperatura estava altíssima e tivemos que dar uma resposta a sociedade. Percebi que tinha dois compromissos: profissional e pessoal, como homem negro”, lembrou Claudionor.

 

Para finalizar a noite de “esquenta” do Hackathon debateram Thamires Orefice, advogada especialista em proteção de dados e direito digital, pesquisadora em relações étnico raciais e novas tecnologias, membro do Black Sisters in law, Carla Moraes, VP de vendas – financial services na Oracle e conselheira 101 de criatividade, estratégia e inovação da Universidade Zumbi dos Palmares e o Adelmo Pereira da Silva, especialista em ethical hacking e cyber security. O alto nível da conversa contou com importante participação do público (os futuros competidores) que fizeram questionamentos pontuais sobre os desafios que os esperam no sábado. Thamires enfatizou a importância de se ter atenção ao acessar a internet. “Os nossos dados são preciosos para as empresas e devem ser resguardados”, disse ela. Adelmo lembrou que quem trabalha nesse patamar tecnológico tem imenso poder em suas mãos. “Temos conhecimento de como os sistemas funcionam, de modo que podemos criar alternativas da forma que quisermos, e isso é uma arma”. Ele complementou. “Na mão de profissionais responsáveis, pode se criar tecnologias que resolvem diversos problemas, mas em mãos de irresponsáveis, é possível criar tecnologias que literalmente destroem a humanidade”, afirmou ele.

O inédito Hackathon vai criar soluções tecnológicas para debelar o racismo em ambientes digitais. Vendo a atenção e comprometimento dos participantes apenas no evento inicial de apresentação, pode-se dizer que, a partir de sábado, o que se terá na Fiesp é uma eficiente disputa que mudará o grau de exigência eletrônica.

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