Começou na noite de ontem, 14, a Semana Acadêmica da Zumbi dos Palmares. Na abertura, os palestrantes relembraram a importância do professor João Carlos Di Genio para a educação brasileira e para a Universidade Zumbi dos Palmares. “Di Genio criou as cotas na própria Unip; ofereceu 300 bolsas para estudantes negros, através da Afrobras. Foi ele quem disponibilizou o primeiro teto para que nossa instituição pudesse existir”, disse o reitor José Vicente. Di Genio foi fundador do grupo Unip/Objetivo, patrono da Zumbi e faleceu no último 12 de fevereiro.
O reitor também pontuou que o início do período letivo é um momento de resiliência, de recomeço e de superação. “Zumbi nos incentiva a continuar acreditando nos nossos sonhos e ir adiante, apesar de todos os obstáculos que nos foram colocados”.
O professor e organizador da Semana, Robson Ferreira, completou que é um momento de muito ensinamento, cultura, debate e reflexão. Em nome de todos os docentes, o professor Valdir Martins reiterou a importância da Semana Acadêmica para a formação dos alunos. “Vocês terão acesso a pessoas muito qualificadas, que tratam de temas importantes. É hora de refletir sobre nosso papel como estudante, como agente transformador. Esse conhecimento é o que nos diferencia”, disse.
Após a abertura, o professor Carlos Elias começou sua apresentação sobre racismo no esporte, principalmente no futebol. Ele coloca que o que é visto no esporte, é o que se observa nas ruas. “Somos um país que, com a maioria da população negra, consegue se segregar em diversos lugares”, afirmou. Lembrando que o maior ícone do futebol brasileiro, Pelé, é negro, o professor pontua que “Se a gente tiver um caminho no esporte, certamente será um caminho facilitador para as futuras gerações. A responsabilidade social dos clubes clama por essa união”.
O professor fez um breve histórico sobre a história dos negros no futebol e falou sobre alguns episódios recentes no esporte, como os casos de Malcom no Zenit, clube russo, e Paulinho que é candomblecista e recebeu grande atenção depois de fazer o gesto da flechada de Oxóssi durante um jogo. Carlos também pontuou a importância da obrigatoriedade dos clubes terem times femininos e a falta de pessoas negras em cargos de liderança, como dirigentes, treinadores e árbitros do nível FIFA.
Ao final da fala, houve o lançamento do livro “Direito e Futebol – vol.2”, do professor Carlos Elias e outros autores, publicado pela Cartola Editora.