Solicitação foi feita em 2019 por estudantes de PP
Vitória, essa é a sensação de alunos da Universidade Zumbi dos Palmares que desde 2019 empenharam luta em busca de reverter um erro histórico. A placa da rua Jorge Velho, no bairro central do Bom Retiro, a menos de dois quilômetros do campus da instituição será enfim substituída pelo nome de rua Zumbi dos Palmares.
A decisão foi sancionada a Lei nº 17.988, de 22 de setembro de 2023, originada do PL (Projeto de Lei) 111/2020 do vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL) com coautoria das vereadoras Luana Alves (PSOL) e Silvia da Bancada Feminista (PSOL), para redenominar a via pública.
Seguindo uma prática comum que nomeou ruas e ergueu estátuas em nome de bandeirantes, Domingos Jorge Velho, conhecido por expedições e genocídios de povos indígenas e extermínios da população negra quilombola no século XVII não condiz com uma sociedade que cada vez mais luta por justiça.
“A proposta realiza uma verdadeira justiça histórica ao homenagear uma figura que realmente lutou por liberdade, igualdade e justiça”, destacou Vespoli na justificativa do PL.
Zumbi foi um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares, que viveu entre 1655 e 1695, quando foi assassinado no dia 20 de novembro em uma emboscada. A data de sua morte virou o Dia da Consciência Negra, feriado municipal e estadual em São Paulo. Por ter lutado contra a escravidão no Brasil, Zumbi é símbolo da resistência negra.
Zumbi Resiste
Em 2019 alunos de Publicidade e Propaganda da Zumbi criaram o movimento Zumbi Resiste, com o objetivo de transferir a homenagem de Jorge Velho para Zumbi dos Palmares, além de transformar o local em um espaço de resistência da cultura negra.
O movimento teve seu ápice no dia 23 de novembro daquele ano, durante a Marcha da Consciência Negra, num chamamento feito pelos alunos da universidade, na Avenida Paulista, promovendo a ocupação na Rua Jorge Velho para pressionar as autoridades pela mudança do nome.
Por meio da hashtag:#zumbiresiste, a mobilização atingiu o contexto político e também foi realizada uma petição pública.
“Uma rua é um pouco de nós e o nome dela não pode ser contra nós. Se, é, não devemos mudar de rua, precisamos mudar o nome da Rua. Mudar o nome das ruas, nunca mais mudar de rua”, declarou José Vicente, reitor da Zumbi, à época dos acontecimentos.