Nesta segunda-feira, 3, o Carrefour anuncia mais uma iniciativa em parceria com a Universidade Zumbi dos Palmares.
A varejista levará o antirracismo na segurança privada para a educação superior.
Nos próximos dois anos, 90 profissionais serão formados em um curso pioneiro de Gestão da Segurança Privada, voltado para a atuação em empresas que demandam interação intensiva com o público.
O objetivo é desenvolver profissionais especializados em um modelo de segurança humanizada, em que o foco é proteger pessoas, não mercadorias. Os participantes receberão diploma de tecnólogo, que tem nível superior.
Vale lembrar que a iniciativa se dá após em novembro de 2020, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças.
João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, fazia compras em uma loja de Porto Alegre quando foi abordado e acusado de roubo. O que aconteceu para um suposto furto virar uma sentença de morte é difícil de explicar, porém, sabe-se há muito tempo que o racismo está na origem da maioria desses episódios.
O Carrefour é o primeiro varejista a oferecer bolsas integrais no curso superior de Segurança do Futuro, para os colaboradores da área de Gestão de Riscos.
Além de incluir o Grupo Carrefour Brasil no movimento Racismo Zero. Uma parceria que vai promover debates, pesquisas, reflexões e análises sobre o combate ao racismo.
A Zumbi dos Palmares vem contribuindo para alterar essa mentalidade em ambos os níveis. A universidade estabeleceu, por exemplo, um processo de colaboração com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujo objetivo é desenvolver protocolos de segurança antirracista que podem ser utilizados tanto na segurança privada, quanto na pública.
Um obstáculo para se avançar com o modelo de segurança humanizada é a falta de capacitação.
Culturalmente, esse trabalho sempre foi relegado a profissionais de baixa escolaridade, que passam por treinamento de apenas algumas horas antes de enfrentar o enorme desafio de lidar com públicos que, frequentemente, ultrapassam as dezenas de milhares.
Ressalto que o anti racismo precisa ser transformador. Não vamos esquecer, vamos transformar!